O CDC (Centro de Controle de Doenças e Prevenção do governo dos EUA) divulgou dia 26/abril/2018 a atualização dos números de prevalência de autismo nos Estados Unidos: 1 para cada 59 crianças. O número anterior era de 1 para cada 68 (referentes aos anos de 2010 e 2012) — um aumento de 15%. O órgão, porém, alerta para a variação desses números dentro do próprio país (números maiores foram encontrados onde os pesquisadores tinham acesso a mais registros escolares).
Os números continuam mostrando que a incidência em meninos é quatro vezes maior que em meninas e não varia de acordo com grupos étnicos, raciais ou socioeconômicos. Foram pesquisados 11 diferentes locais, com registros de hospitais e de escolas, considerando apenas crianças nascidas em 2006 — considera-se apenas criança com 8 anos de idade para se minimizar possíveis enganos de diagnóstico. Nos Estados Unidos crianças são diagnosticadas com autismo, em média, após os 4 anos de idade. No Brasil não temos números a respeito disso.
O tema de 2018 da ONU (Organização das Nações Unidas) para o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, próximo dia 2 de abril, será “Empoderando Mulheres e Meninas com Autismo” (“Empowering Women and Girls with Autism”, no original em inglês). A data é celebrada anualmente, em todo o mundo, iluminando grandes monumentos de azul. No Brasil, o mais famoso deles é o Cristo Redentor, que todo ano ilumina-se de azul para lembrar a data. Continue lendo “No dia Mundial do Autismo, ONU quer empoderar mulheres autistas”
A Tismoo publicou no Medium um artigo muito legal destacando 5 aplicativos para crianças com autismo. Vale a pena ler e, se for útil para você, baixar os apps para usar com seu filho/neto/paciente com autismo.
A Apple Brasil realizou a primeira sessão especialmente dedicada a crianças com autismo no país. O evento foi no último domingo, 12 de novembro de 2017, na loja da empresa em São Paulo.
A sessão, que foi de desenho e pintura em iPads Pro, teve a participação do grupo de funcionários voluntários da empresa, os “volunteer champions“. As crianças soltaram sua criatividade usando a Apple Pencil (o lápis bluetooth da marca para interagir com o iPad Pro) e fizeram vários desenhos com os mais diversos temas nas telas dos iPads.
Este foi o primeiro evento da Apple voltado a pessoas com autismo no Brasil. A inspiração veio do Reino Unido, de uma loja da Apple no Oeste de Londres que, alguns meses atrás, atendeu ao pedido de uma mãe e fez uma sessão exclusiva para autistas. Os voluntários da Apple Brasil souberam de tal iniciativa e resolveram fazer a mesma ação inclusiva por aqui.
O instrutor da sessão foi o criativo Gabriel Basilio, que teve muita paciência e carinho com as crianças durante todo o evento. A médica Iara Brandão, neurologista infantil e genetisista da startup Tismoo, também participou como voluntária para dar um apoio profissional ao evento.
O neurocientista brasileiro Alysson Muotri em seu laboratório, na Califórnia (EUA).
Brasileiro lidera laboratórios na Califórnia (EUA)
Para celebrar o nono Dia Mundial de Conscientização do Autismo, 2 de abril, estive no laboratório do Sanford Consortium, na Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD), um dos mais (senão o mais) avançados laboratórios de neurociência do planeta, onde conversei com o neurocientista Alysson Muotri — um brasileiro, PhD, que lidera um verdadeiro batalhão de pesquisadores naquela universidade (você pode ver o vídeo desta visita no site da Revista Autismo — em www.RevistaAutismo.com.br).
E foi lá em San Diego, no extremo Sudoeste dos Estados Unidos, cidade que faz divisa com o México, que Alysson me mostrou o trabalho que tem sido feito na busca pela cura do autismo e de outras síndromes e doenças — de síndrome de Rett e mal de Parkinson até anorexia nervosa, zica e mal de Alzheimer.
O campus fica num dos mais belos cenários da California, com vista para o Oceano Pacífico, caprichosamente localizado próximo a uma pista de vôo de paraglider, num dos melhores lugares para se admirar o pôr-do-sol da costa oeste estadunidense, a região de Torrey Pines.
No mesmo prédio ficam vários laboratórios, integrados exatamente para promoverem a transdisciplinaridade entre os mais diversos campos de pesquisa, com três principais corredores onde em cada sala algo da nata da ciência está sendo pesquisado e a qualquer momento podem brotar importantes descobertas — como há poucos dias de lá descobriu-se que anorexia nervosa tem uma base genética e biológica passível de modulação farmacológica, o que abre caminho para se descobrir a causa e melhores tratamentos. No corredor central, os equipamentos mais pesados para facilitar a logística.
O paulistano Alysson, que fundou, no ano passado a primeira startup de medicina personalizada do mundo, a Tismoo, voltada predominantemente a fazer análises genéticas de autistas, e acabou de lançar o livro “Espiral — Conversas Científicas do Século XXI”, pela editora Atheneu, também é pioneiro na criação de mini-cérebros em laboratório, o que inclusive foi usado para o primeiro estudo do mundo que confirmou a relação entre o zika vírus e a microcefalia, publicado na renomada “Nature”. Os mini-cérebros têm ajudado muito na busca por entender diversas síndromes e doenças, além do autismo, e tem ganhado destaque mundial na mídia.